17/02/05

FRAGMENTOS DE UM DISCURSO AMOROSO [4]

(ou carta quase póstuma para um amor distante)

Não, não te interrogues – recordar-me-ás? – sobre os meus comos, os meus porquês, os meus quandos, os meus ondes. De nada te serviria.
Deixa flutuar a lembrança breve e imprecisa também. Permaneçamos no vago.
O que resta do nosso encontro breve é pouco? é muito?
Não sei, não podemos saber — o suficiente para nos sabermos existentes.

(continua)

Amélia Pais
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