10/03/05

OS MEUS POETAS - 16



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As folhas da bananeira são suficientemente amplas
para ocultarem uma paixão.
Quando expostas às intempéries
recordam-me ora a cauda ferida duma fénix
ora um leque verde rasgado pelo vento.
A bananeira floresce.
Todavia as suas flores nada têm de atraente.
O mesmo acontece com o tronco enorme.
Talvez por isso
a bananeira acabou por conquistar o meu coração.
Sento-me debaixo dela
enquanto o vento e a chuva a fustigam.

matsuo bashô, poeta japonês(1644-1694)

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