11/11/06

NOCTURNOS - 18




Através da noite


Ela está exposta na sua frágil frescura
e um pouco mais longínqua e despojada.
Ele procura-a no cimo da montanha
ou numa vertente vertical. A noite é calma,
um barco atravessa o mundo. Junto de um rio
brilham chamas sem rumor. Dispersas
são as imagens e as vozes, mas reunidas
num outro mundo mais sereno e vagaroso.
Ele soletra a pedra nupcial e misteriosa.
Um grito rápido de pássaro atravessa a clareira.
Entre duas árvores cintila a Cassiopeia.
Passam esquivas sombras sob os ramos das árvores.



António Ramos Rosa

Etiquetas:

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com Licença Creative Commons