30/11/09

LEITURAS - 128




[...] Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade. Não era tour de propriétaire, nada daquilo era meu, nem eu queria. Mas parece-me que me senti satisfeita com o que via. [...]

Clarice Lispector - in: Felicidade Clandestinaveja também em http://intervox.nce.ufrj.br/~sivaldo/perdoando.html

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