06/01/10

O PRAZER DE LER - 104



“É difícil arrumar os dias”

A frase, dita por um amigo, há alguns dias, vinha a propósito do quotidiano a que a alma humana se prende. Quem somos, para onde vamos, porque existimos afinal?
...
É muito difícil arrumar os dias, atender a família, as contas, a roupa dos miúdos, a cozinha, o trabalho, os sentimentos bons e a raiva por todas injustiças em que tropeçamos quando mergulhamos no drama do princípio do fim da vida.

No meio disto tudo para serve afinal a literatura? A que servirá uma pequena e humilde crónica? A literatura mantém-nos à tona da água. As palavras são uma luz no horizonte. No dia em que deixarmos de ouvir o ronronar dos gatos, de ter alguém que perto ou longe nos sussurre algo ou não soubermos encontrar um pouco de consolo nas páginas de um livro estaremos definitivamente mortos.


Sílvia Alves
de uma crónica no Região de Leiria

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